Fazer dietas é algo quase viral na sociedade atual. As imagens de pessoas que vivem de dieta são sedutoras, pois elas passam a imagem de serem não só saudáveis (devido ao corpo magro, apenas) mas também de serem pessoas determinadas, que superam desafios, fortes. É quase que uma seita, um clã.
Os seguidores de determinada dieta misturam ciência, estilo de vida, regras morais e crenças que os impactam profundamente. Existe fé e só falta rezar pros deuses dessa ou daquela dieta.
Essa mentalidade demanda muito de nós. Desperdiça nossa energia vital. Coloca a felicidade lá no futuro: "Quando eu entrar naquela calça..." e é um convite ao autojulgamento, à não aceitação e, consequentemente, ao ódio não só ao corpo, como também à pessoa que "falha" na dieta.
E a saúde onde fica?
Mas será que viver em função do corpo e da estética é algo saudável? Veja bem, aqui não estou falando de uma dieta específica a uma condição clínica onde o alimento é o causador ou piora a doença. Falo de viver de dietas para perder aqueles quilinhos que nunca se vão.
Uso de adoçante quando não se é diabética, se pesar com frequência, pensar em calorias, compensar quando come algo que julga que não deveria, cortar carboidratos, cortar gorduras, ingerir alimentos diet e light, são indícios de que você pode estar sofrendo desse mal.
Ele vem disfarçado com a máscara da pessoa que se cuida, da pessoa bem informada.
O que move esses hábitos pode ser medo de engordar, medo de gordura, de sentir prazer, de fome, de comida.
Mas cuidado, pois você pode estar dando atenção demais a isso. Além do que, esses indícios citados acima não emagrecem, tá?
Nunca vi ninguém ter emagrecido por ter cortado um macronutriente especifico sem gerar danos físicos e psicológicos. Ninguém emagrece trocando açúcar por adoçante (na verdade, vai te dar mais vontade de comer doces, e você vai comer e, provavelmente, compulsivamente).
O melhor é fazer uma reeducação com foco na mudança de comportamento alimentar.
Soraya Costa
Nutricionista Comportamental e Psicanalista
CRN 20926